Sinagências aprova encaminhamento crítico à proposta de reajuste dos benefícios

O Sinagências formalizou, nesta quarta-feira (5), por meio de ofício encaminhado ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o aceite crítico à proposta de reajuste dos benefícios apresentada pelo governo federal no âmbito da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP). A decisão segue a deliberação aprovada pela categoria na Assembleia Geral realizada na segunda-feira  (3), que autorizou a direção a atuar em conjunto com as demais entidades do Fonasefe na construção de uma contraproposta unificada.

Relembre: Sinagências participa da 12ª reunião da MNNP e cobra negociação efetiva sobre benefícios e Convenção 151

No documento, o sindicato ressalta que o reajuste de 17,5% no auxílio-alimentação representa um ganho imediato, ainda que insuficiente frente à defasagem acumulada e à reivindicação histórica de equiparação com os demais Poderes. O texto também expressa “profunda insatisfação com o caráter impositivo” do processo de negociação, considerado mais uma “mesa de imposição” do que de diálogo efetivo com as categorias.

Entre os pontos críticos destacados pelo Sinagências estão:

  • o valor insuficiente do auxílio-alimentação, ainda abaixo do pleito histórico das entidades; 
  • a exclusão dos aposentados e pensionistas, com a não implementação do auxílio-nutrição; 
  • a manutenção de condicionantes inadequadas no auxílio-saúde, que segue vinculado à contratação de planos privados; e 
  • a ausência de critérios justos de reajuste futuro, perpetuando a defasagem dos benefícios. 

“Registramos o aceite crítico da proposta como um passo inicial, assegurando o ganho imediato, ainda que parcial. Mas é nosso dever registrar a insatisfação com a forma de condução da mesa pelo governo e a enorme defasagem dos auxílios do executivo em relação aos demais poderes. Além disso, é urgente que o Governo demonstre sensibilidade em relação aos aposentados, instituindo o Auxílio Nutrição que se estenda a todos”, afirmou o presidente do Sinagências, Fabio Rosa.

Na terça-feira (4), representantes das entidades que compõem o Fonasefe reuniram-se para alinhar uma resposta coletiva ao governo. O fórum reafirmou a defesa de um reajuste mais robusto e da inclusão dos aposentados nos benefícios, reforçando que a proposta atual não reflete o acúmulo das negociações nem o compromisso com a valorização dos servidores públicos.

Assembleia Geral Extraordinária

Ainda na segunda-feira (3), o Sinagências realizou a Assembleia Geral Extraordinária que definiu a posição da entidade diante da proposta apresentada pelo governo. Com 74 votos favoráveis, 5 contrários e 1 abstenção, a categoria aprovou o encaminhamento que autoriza a direção a participar das tratativas conduzidas pelo Fonasefe, reforçando a necessidade de pressionar o governo por avanços reais nas negociações e pela valorização efetiva dos servidores públicos.

Durante a assembleia, os participantes enfatizaram que o momento exige unidade e firmeza política, sem abrir mão do diálogo. A servidora Marluce Cristina Lotte de Almeida Chrispim, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), ressaltou a importância de condicionar qualquer aceite à construção de uma proposta mais justa, levando em conta as desigualdades salariais e o impacto da proposta sobre os servidores de menor remuneração.

Já Paulo de Moura, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), defendeu que é hora de “transformar o auxílio-alimentação em auxílio-nutrição que contemple também os aposentados” e de “apostar em um reajuste maior no per capita saúde”, garantindo que o reajuste alcance de fato quem mais precisa.

“Essa assembleia foi mais um passo importante para reafirmar a mobilização e a unidade da categoria. Seguimos firmes na defesa dos direitos dos servidores e pela valorização do serviço público”, concluiu Rosa.

Leia o ofício do Sinagências ao MGI: