Sinagências leva estrutura sindical a Goiás e denuncia crise nas agências diante da reforma administrativa
O Sinagências instalou, nesta quinta-feira (10), a 11ª Secretaria Estadual Sindical (Sesin), desta vez no estado de Goiás, reforçando o projeto nacional de estruturação da representação sindical nos territórios. Em Goiânia, o evento reuniu servidores de diversas agências reguladoras e contou com a presença da Direção Nacional, que apresentou um balanço da gestão e os desafios políticos enfrentados pela categoria.
A nova Secretaria Sindical será coordenada por Marco Aurélio Miranda de Alencar (ANM), eleito como secretário sindical. Também compõe a estrutura da Sesin o secretário de base sindical Julierme Gonçalves da Silva (Anvisa). Na ocasião, também foram eleitos os delegados que representarão o estado de Goiás no V Congresso Nacional do Sinagências (CONSAG), que acontecerá em novembro deste ano, em Brasília.
Durante a atividade, o presidente do Sinagências, Fabio Rosa, destacou que a estruturação sindical nos estados é uma das prioridades da atual gestão. Ele apresentou um balanço do primeiro ano de mandato, com foco nos avanços institucionais, reorganização financeira, ampliação da base de filiados e retomada da presença nacional do sindicato.
Rosa também compartilhou dados sobre o fortalecimento político da entidade. Segundo ele, o Sinagências ampliou sua atuação nos estados, recuperou articulações
institucionais, aumentou significativamente sua presença na imprensa e se tornou referência no debate sobre a regulação. “Hoje nós somos fonte permanente de informação para a Folha de S.Paulo, para o Globo, para o Estadão. Denunciando o corte, denunciando a falta de pessoal, denunciando a ausência de sabatina, denunciando os ataques à estabilidade. O país precisa saber o que está acontecendo com as agências”, disse.
Além do balanço, o presidente alertou para o cenário de desmonte em curso. De acordo com Rosa, as agências reguladoras perderam 41% de seus orçamentos nos últimos dez anos e enfrentam R$ 455 milhões em contingenciamentos apenas em 2024. Ele citou casos concretos como a demissão de 140 terceirizados na Aneel, o enfraquecimento das fiscalizações da Anvisa e a situação crítica das estações hidrometeorológicas da ANA — todas impactadas pelos cortes orçamentários.
Na ocasião, o presidente também criticou o contraste entre a crise nas agências e os crescentes privilégios dos parlamentares. “Eles aprovaram, numa tacada só, que não só vão aumentar o próprio salário, mas também poderão acumular o salário com a aposentadoria de parlamentar e aumentar o número de parlamentares. Enquanto isso, exigem corte do serviço público e nós estamos aqui, sem estrutura, com tudo caindo aos pedaços, sem servidor, sem condição de tocar as coisas. Então, hoje, o Congresso, na minha avaliação, é um dos principais entraves que a gente tem para resolver as coisas”, afirmou.
O diretor de Relações Institucionais do Sinagências, Reinan Bispo, também participou da assembleia e defendeu a importância do enraizamento sindical nos territórios. Para ele, as secretarias estaduais são fundamentais para fortalecer o vínculo entre a base e a Direção Nacional. “As Sesins permitem que os servidores de cada estado tenham voz, que tragam suas demandas específicas e que construam um sindicato vivo, presente e conectado com a realidade local”, destacou.
Com a instalação da Sesin de Goiás, o Sinagências avança no cumprimento de sua meta de descentralizar a estrutura sindical e ampliar a representatividade nos estados. A nova secretaria fortalece a atuação da entidade junto aos reguladores que atuam no estado, especialmente em um momento de ataques às carreiras públicas e de tentativa de reforma administrativa no Congresso Nacional.
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Fonte: Ascom/Sinagências