A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) estuda a possibilidade de mudar as rotas dos helicópteros que passam pelas favelas do Rio, pois as aeronaves estão sendo alvejadas pelos criminosos. Por meio de sua assessoria, a Aeronáutica informou que não recebeu nenhuma notificação sobre o assunto. Pilotos citam nos relatórios da Gerência Regional (G3) da Anac que suas aeronaves foram atingidas por tiros e sugerem rotas que fujam das áreas de risco. A Anac confirmou que pelo menos seis helicópteros foram alvejados desde outubro do ano passado.
Por causa das armas de longo alcance dos traficantes, pilotos de helicópteros de empresas de táxi aéreo também estão sendo obrigados a mudarem seus trajetos. Equipamento importante em operações nas favelas cariocas, os helicópteros da polícia são alvos constantes de criminosos. Semana passada no Complexo do Alemão, cuja operação da PM dura 13 dias e já deixou quinze mortos e pelo menos 48 pessoas baleadas, os traficantes atacaram um helicóptero Águia 1, da Polícia Civil. Ninguém ficou ferido. Nunca uma aeronave usada como apoio numa operação policial nos morros do Rio caiu por causa dos disparos.
Blindado
A Secretaria de Segurança Pública do Rio pretende comprar um helicóptero blindado para enfrentar os traficantes cariocas. O projeto conta com o apoio de policiais do Grupamento Aéreo e Marítimo (GAM) da Polícia Militar, do Serviço Aéreo Policial (SAER) da Polícia Civil, e de pilotos da Casa Civil do governo do Estado. Um representante de cada área viajará à Europa para conhecer as duas empresas que fabricam o equipamento (uma é americana e a outra, italiana) e levantar os custos para comprá-lo e mantê-lo em ação. Depois, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, vai analisar se o projeto é viável.