Angelo Davanço
Foto: F.L.Piton/A CIDADE
A greve dos fiscais da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que já dura quase 40 dias, traz reflexos para a economia de Ribeirão Preto e região, uma vez que muitas empresas necessitam de matéria prima importada em seus processos de produção.
“No nosso caso, sentimos a falta de insumos para produção de bolsas para hemodiálise, já que parte da matéria prima vem de países como Colômbia e Austrália”, avalia Bruno Tavares, coordenador de comércio exterior da JP Indústria Farmacêutica.
Tavares explica que a produção já está comprometida e que a empresa vem utilizando parte de seu estoque de reposição para atender aos pedidos. “Mesmo que a carga fosse liberada hoje [ontem], teríamos problemas no futuro, já que o processo de produção chega a até 45 dias. Quem pode ser prejudicado é o doente, que é quem está na ponta final do processo”, diz.
O Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, maior hospital público da região, informou por meio de sua assessoria de imprensa que ainda não enfrenta dificuldades em seus estoques de medicamentos e materiais em função da greve dos fiscais da Anvisa.
Na Justiça
O caminho a ser percorrido por quem deseja liberar suas mercadorias nos portos e aeroportos brasileiros é o da Justiça. “Alguns juízes têm concedido liminares baseados no fato de que o poder público não pode obstar o interesse particular”, explica o advogado Rodrigo Faleiros.
A greve atinge mais de 80% dos fiscais que trabalham nos aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, e Viracopos, em Campinas, e no porto de Santos. Os grevistas exigem revisão de cargos e salários por parte do Governo Federal. Além das portas de entrada paulistas, a manifestação também acontece nos aeroportos de Porto Alegre, Rio de Janeiro e Recife.
Os únicos casos onde os fiscais da Anvisa permanecem atuando são na liberação de combustíveis e produtos perecíveis.