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GREVE GERA PREJUÍZOS DE US$ 50 MIL/DIA

COMPROMETIDO MOVIMENTO DE CARGA E DESCARGA NOS PORTOS
 
O movimento de carga, descarga e transbordo de mercadorias e produtos nos portos de Fortaleza, no Mucuripe, e do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, está praticamente paralisado há três dias, gerando prejuízos da ordem de US$ 50 mil diários, por cada navio que não aportou. Com a greve nacional dos fiscais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão responsável pela emissão do Certificado de Livre Prática Portuária, apenas produtos perecíveis e combustíveis estão sendo liberados para desembarque, como forma de evitar crise de abastecimento no Estado.
 
Foto: Thiago Gaspar
Porto de Fortaleza: para reverter o problema gerado com a greve dos fiscais da Anvisa, empresários têm entrado com mandados judiciais para liberar cargas
 
Fundeados ao largo da costa do Pecém, desde o último dia 27, quatro navios, sendo três porta-contêineres e um carregado com ferro e bobinas de aço, somente atracaram ontem, mediante mandado judicial. No cais do Mucuripe, apenas duas embarcações, sendo um porta-conteineres e um líquido-graneleiro, carregado com gasolina, obtiveram permissão, também via mandado judicial, para atracar e operar, nos últimos dois dias.
 
Segundo o coordenador de Gestão Portuária, da Companhia Docas do Ceará, Mário Jorge Cavalcante Moreira, pelo menos outras quatro embarcações passaram ao largo da costa cearense e não atracaram, devido a greve. “Além de porta contêineres, pelo menos um navio petroleiro deixou de atracar aqui”, lamentou Moreira, citando o Cliper Express, carregado com 800 toneladas de óleo combustível.
 
De acordo com ele, além dos prejuízos gerados a armadores, importadores e exportadores, por multas devido ao atraso na entrega de mercadorias ou por maior tempo de estocagem dos produtos no pátio do cais, os próprios portos também perdem com a greve. “Por baixo, um único navio porta-contêiner gera cerca R$ 12 mil reais em tarifas, por atracação, para o porto”, contabiliza.
 
Moreira informou que, nos últimos dois dias, apenas duas embarcações atracaram no Porto do Mucuripe. Na quarta-feira, o navio St. Martin, de bandeira francesa, conseguiu liminar na Justiça e aportou, movimentando 319 contêineres, carregados com mercadorias diversas.
 
Ontem, apenas gaivotas e a maré mansa ilustravam o cais. O petroleiro Lambari, oriundo de Salvador e carregado com 11, 2 mil toneladas de gasolina, foi o único a aportar, no final da tarde. A embarcação vai gerar à Companhia cerca de R$ 60 mil, em tarifas.
 
GREVE — Paralisados desde o último dia 27, os fiscais da Anvisa estão pleiteando equiparação salarial com as demais carreiras de regulação e fiscalização da administração pública federal, a exemplo da Receita Federal e Banco Central. Pedem ainda, equivalência de valores nas gratificações, correção da tabela salarial dos servidores médicos e pagamento de gratificação por chefia, dentre outras.
 
“Exercemos funções de fiscalização e regulação iguais à dos demais órgãos da administração Federal, no entanto, nosso salários correspondem a menos da metade das outras instituições”, protestou o fiscal portuário da Agência, Raimundo Cunha Filho. Segundo ele, 70% dos 36 funcionários da Anvisa , lotados nos portos do Pecém, do Mucuripe e no Aeroporto Internacional Pinto Martins, estão paralisados.
 
Nos portos, eles são os responsáveis pela inspeção sanitária e de higiene de todas as embarcações, antes de atracar. Conforme disse, nenhum navio chega ou mercadoria sai sem que antes, seja inspecionado por um fiscal da Anvisa.
 
Após a vistoria, é emitido o Certificado de Livre Prática Portuária e o barco liberado. No aeroporto, eles fiscalizam, vacinam e emitem certificados de vacinação contra febre amarela, sarampo, hepatite, tétano etc.
 
Fonte: Diário do Nordeste (http://diariodonordeste.globo.com)