O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Fernando Antonio Brito Fialho, defendeu nesta segunda-feira (02/07) mais investimentos em hidrovias, durante a última audiência pública do semestre promovida pela Subcomissão de Marcos Regulatórios do Senado. A partir do dia 6 de agosto as audiências serão retomadas, sempre às segundas-feiras.
A situação dos portos brasileiros foi o tema do debate na subcomissão, criada no âmbito da Comissão de Assuntos Econômicos. O diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Castanho Teixeira Mendes, criticou o rigor com que a questão ambiental é tratada, mesmo quando se trata da construção de eclusas necessárias ao transporte hidroviário, segundo ele, "um meio de transporte de carga menos agressivo do que outros modais de transporte".
Ele lembrou que, enquanto os Estados Unidos transportam suas exportações por hidrovias, que representam 60% dos seus meios de transportes, "coincidentemente no Brasil fazemos 60% das nossas exportações por rodovias, o que encarece os custos, em especial pelas péssimas condições de nossas rodovias".
O diretor de relações institucionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marco Guarita, tratou dos marcos regulatórios como um todo e afirmou que "um ambiente institucional e marcos eficientes são essenciais para a atração de investimentos privados, para redução da percepção de risco do investidor e proteção ao usuário, por meio de preços e qualidade na oferta dos serviços".
Ele citou um estudo do Banco Mundial, segundo o qual "o risco embutido em investimentos em infra-estrutura no Brasil é, em média, duas vezes maior do que no México e no Chile". Segundo a mesma avaliação, a participação privada na infra-estrutura no Brasil "está abaixo da média da América Latina e da maioria dos países emergentes".
José Ricardo Ruschel, que representou o ministro Pedro Brito, da Secretaria Especial de Portos, também defendeu mais investimentos em hidrovias e no transporte de cabotagem (transporte em navios de menor porte ao longo dos mais de 8 mil quilômetros da costa brasileira), além de um trabalho permanente de dragagem dos portos, para aumentar sua capacidade de atendimento de navios estrangeiros, que transportam as exportações brasileiras.