A CPI do Apagão do Senado aprovou nesta terça-feira a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, a partir de janeiro de 2003. A decisão foi tomada após cinco dias de ela ter prestado depoimento à comissão. Na ocasião, ela não quis espontaneamente dispor de seus sigilos.
Denise Abreu prestará depoimento à CPI da Câmara na próxima quinta-feira. De acordo com deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), ela precisa explicar melhor a atuação da Anac como agência reguladora. Segundo ele, o depoimento ao Senado foi "ensaiado" e "superficial".
No total, a comissão aprovou as quebras de sigilos (bancário, fiscal e telefônico) de nove pessoas, inclusive da ex-diretora da Infraero Eleuza Terezinha, denunciada por uma série de irregularidades e que já prestou esclarecimentos à comissão.
A CPI decidiu ainda que vai ouvir o ex-presidente do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) Pedro Câmara e o ex-diretores da instituição Luis Eduardo Pereira. Ainda não há data para tomar os dois depoimentos.
Após depoimento na CPI nesta terça-feira, o presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, defendeu a revisão dos valores das taxas cobradas às empresas aéreas na ocupação dos pátios dos aeroportos. Ele não indicou os novos valores. Mas durante o depoimento, reclamou dos "abusos" por parte das companhias.
Gaudenzi sinalizou ainda que deve haver uma outra revisão na distribuição da arrecadação obtida via taxas de embarque. De acordo com ele, por enquanto não há a possibilidade de elevar os valores cobrados aos passageiros.
O presidente da Infraero afirmou que a preocupação é que há uma queixa geral por parte das revendoras —que alegam ficar apenas com um pequeno percentual parte do cobrado. O depoimento de Gaudenzi , na comissão, durou pouco mais de uma hora. Poucos senadores compareceram à sessão.