Embora tenha sido apenas um primeiro encontro, sem posições mais definitivas por parte do Governo no atendimento das nossas reivindicações, estamos enviando um breve relato, elaborado pelo Secretário-Geral do Sinagências, Francisco Monteiro, da reunião ocorrida com representantes do Governo, no Ministério do Planejamento, em 30/03/2006.
Motivado pela paralisação dos servidores das Agências Reguladoras Federais, que seguem a orientação do Sinagências, em apenas três dias, o Governo, através do Ministério do Planejamento, reuniu-se com o Comando Nacional de Greve para negociar a pauta de reivindicações propostas pelo sindicato. Estavam presentes o Secretário de Recursos Humanos do Ministério, Sérgio Mendonça e sua equipe, contando ainda com a presença do Presidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Mello, o Gerente de PAF e a Gerente de Recursos Humanos daquele órgão.
O presidente do Sinagências ao se posicionar, inicialmente, pontuou que: ”em respeito aos regulados e à população em geral, o Sinagências garante os 30% das atividades previstas na lei. Essa determinação é uma recomendação para a base orientada pelo Sinagências. É um compromisso assumido com responsabilidade. Uma forma de mostrar que nossas reivindicações são justas e que a nossa greve é pacífica e dentro da legalidade”. Disse ainda João Maria, “as inspeções a cargo da Anvisa estão totalmente paradas, mantido apenas o atendimento de situações excepcionais, como anormalidades clínicas verificadas a bordo das embarcações e as atividades essenciais, como a fiscalização e a liberação das cargas e produtos considerados essenciais ou perecíveis”.Continuando reafirmou as bandeiras de luta apresentadas ao governo desde meados do ano passado e finalizou solicitando o posicionamento quanto às mesmas.
A representação do MPOG, através do Sr. Wladimir Nepomuceno explicou que a Medida Provisória nº 269, aprovada na última quarta-feira, dia 29, pelo Senado Federal, atende a reivindicação relativa à criação da GDATR para os analistas e técnicos administrativos e eleva a GDAR para os especialistas e técnicos em regulação.
O Sinagências, pelo seu Secretário-Geral pondera, com veemência, que nosso pleito é a equalização das gratificações (GDAR e GDATR) no mesmo percentual, e vai mais além, reafirmando o percentual reivindicado de 100%.
O Sr. Sérgio Mendonça respondeu que no momento não tinha condições de firmar esse compromisso, mas assumiu o compromisso de estudar os meios para atender a reivindicação, por considerá-la justa.
O Sr. Wladimir retomou a palavra e garantiu que tão logo a MP269 seja novamente aprovada na Câmara e, em seguida, sancionada pelo Presidente da República, será enviado projeto de lei contemplando a redistribuição dos cedidos e a equiparação salarial dos quadros específicos das demais agências reguladoras com a ANVISA, sem considerar o prazo de 180 dias.
A tabela salarial dos médicos e a extensão da sua carga horária de 20 para 40 horas semanais, também foram discutidas na mesa de negociação. O Sr. Dirceu Raposo disse haver disposição da ANVISA em atender essa antiga demanda dos médicos e iria avaliar a situação com a Gerhu.
A direção do Sinagências informou da Assembléia Nacional de Greve que se realizará na próxima terça-feira, 04/04, em Brasília. Ao final ficou de ser agendada no prazo mais curto possível uma nova rodada de conversações.
Esta primeira rodada de negociação com o governo mostra a força do nosso movimento e do Sinagências.
Reafirmamos, defendemos e não arredamos pé de nenhuma das reivindicações contidas na pauta.
Evoluímos, mas nada de concreto nos foi ainda oferecido. Mais que nunca temos que reforçar o movimento, aumentando a participação de todos, incluindo novas agências e novos colegas de trabalho na luta que é de todos, sem exceção.
O caminho é árduo, mas o amanhã será radioso. Para alguns, começamos agora, contudo, para outros, como disse o companheiro Eugênio Soares, da ANVISA/RN: “somos os mesmos passageiros de uma viagem que ainda não terminou”.
Participaram dessa rodada de negociação, pelo Sinagências: João Maria, Geraldo Marques, Reginaldo Lemos, Zé Carlos, Vital Felipe, Washington Luiz, Marília Cunha, Chico Monteiro, Wladimir Rebouças, Eugênio Soares; pelo Governo: Sérgio Mendonça, Wladimir Nepomuceno, Idel Profeta, Iandara Fonseca, Dirceu Cardoso, Lúcia Masson e Paulo Ricardo.