Brasília – Em greve desde segunda-feira (30), servidores de agências reguladoras realizaram atos públicos hoje (2) de manhã, em frente às sedes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O protesto, segundo eles, é contra a falta de negociações do governo com a categoria, que reivindica reajuste salarial e novos planos de carreira.
De acordo com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, no dia 20 de junho, foi proposto aos trabalhadores das agências reguladoras um acordo que tratava do reajuste salarial. O Sindicato dos Servidores de Agências Reguladoras (Sinagências) informou, entretanto, que a proposta foi rejeitada pela categoria em todos os estados.
O Sinagências considera a proposta “discriminatória”, porque aumentaria as diferenças entre funcionários dos níveis intermediário e superior. Hoje, um servidor intermediário recebe 49% do que ganha um trabalhador de nível superior. Com o acordo que o Ministério do Planejamento propôs, o intermediário passaria a ganhar apenas 29% do servidor de nível superior em 2008 e 35% em 2010.
“O que está causando a greve é exatamente a forma discriminadora com que o governo tratou as categorias. Dissemos a eles que tudo isso poderia ser solucionado se o governo tivesse tido habilidade para tratar todos pelo menos com igualdade”, disse o presidente do Sinagências, João Maria Medeiros de Oliveira, em entrevista à Agência Brasil.
Para Joabe Eder de Morais Cunha, técnico administrativo da ANTT, o governo deve repensar o tratamento dado às carreiras de nível médio. “A valorização do serviço público não pode estar situada apenas em carreiras de nível superior ou em setores que o governo considera estratégicos. A colaboração de todo corpo funcional é importante para manter o elevado nível do serviço público e evitar esse tipo de movimento.”
Está marcada uma manifestação para as 16h de hoje, em frente ao Ministério do Planejamento. Os servidores das agências reguladoras estão realizando atos públicos também em São Paulo, no Rio Grande do Sul e na Bahia.
Fonte: Agência Brasil