Nas reuniões realizadas ontem, 23, no Pará com a Anatel, Anvisa e ANTAQ, o presidente do Sinagências, João Maria Medeiros de Oliveira, abordou com os servidores os seguintes pontos: plano de saúde, seguro de vida contratado pelo Sinagências, decreto e portarias de progressão e promoção, modelo de ascensão da nova carreira e pré-requisitos mínimos de promoção, regulamentação das gratificações, lotação provisória da Anatel, transferência e processo seletivo de remoção nas agências, jornada de trabalho em regime de plantão, adicionais de insalubridade e periculosidade, assessoria jurídica no Estado, avaliação do processo de negociação e greve de 2008, grupo de trabalho a ser instalado em 2009, carreira da regulação federal, áreas e carreiras típicas e exclusivas de Estado, subsídio, visão de futuro da categoria – onde queremos chegar, fortalecimento do Sinagências e secretaria sindical do estado do Pará.
As reuniões foram abertas pelo representante do Sinagências no Estado, José Maria Gonçalves e por um representante dos servidores na referida agência. Participou também das reuniões o representante do Sinagências no Amazonas, Altemir Calazans, com o objetivo de trabalhar uma maior integração da categoria na região norte.
João Maria inverteu o debate das reuniões, propondo que inicialmente os servidores se pronunciassem acerca dos temas que desejavam discutir, o que possibilitou interação em todas as reuniões, levando o debate na direção do anseio dos servidores. Desse modo, João Maria trabalhou os pontos esclarecendo e detalhando, de forma didática, um a um, esgotando em todos os aspectos as dúvidas da categoria.
O debate ocorreu de forma a trazer os presentes para análises e reflexões acerca de cada tema e, aprofundou a discussão nos pontos mais conflituosos, como por exemplo, a representação sindical, a definição de objetivos por parte de cada servidor, desde o momento que decide ingressar em uma determinada instituição ou carreira e, por conseqüência, o “onde queremos chegar”.
Um dos pontos de maior discussão foi relativo ao processo de negociação de 2008, onde João Maria chamou a categoria a refletir sobre os fatos importantes em uma tomada de decisão. Falou que a carreira que menos ganhou no último processo de negociação foi, exatamente, aquela que, em tese, nasceu com as possibilidades de agregar os maiores ganhos – a carreira de especialista em regulação. No entanto, a carreira que mais cresceu nos aspectos remuneratórios, foi exatamente, aquela que nasceu com bem menos perspectivas de crescimento – a carreira de Analista Administrativo.
João Maria afirmou que essa situação deveu-se a estratégia definida pelas lideranças das duas carreiras. Os Analistas se filiaram em massa ao sindicato, ocuparam os espaços estratégicos de formulação política e interferiram diretamente no processo de negociação. Já os especialistas cometeram vários erros de análises dos cenários, buscaram um isolamento criando uma organização sectária, depois, por força de sobrevivência de um projeto equivocado, buscaram as outras carreiras do quadro efetivo, apenas para dar sustentação ao intento inicial. Estes servidores apostaram em líderes fracos de conhecimento e experiência política, com isso, o resultado foi bem abaixo do que o próprio Sinagências defendia para a carreira.
João Maria detalhou que este exemplo de insucesso é aplicado a qualquer situação e para qualquer carreira ou servidor que não faz a compreensão correta dos seus objetivos. Relatou ainda que em algumas agências, existiram servidores antigos que, à época, optaram por ficar em outra instituição ou planos de cargos diferentes dos das agências e hoje são unânimes em relatar que erraram na decisão.
João informou que o Sinagências começa a traçar os caminhos para o processo de negociação que se dará em 2011. Disse ainda que o Sinagências aceitou o termo de compromisso com o governo até 2010, portanto o que precisa de fortalecimento agora é a construção do próximo momento, que envolve o grupo de trabalho, reestruturação das carreiras e planos de cargos e a defesa do subsídio. O presidente do Sinagências enfatizou que é necessário um trabalho estratégico para se alcançar todos os objetivos. “Se a categoria não trabalhar a estratégia certa, 2011 será apenas mais um ano de muitas expectativas e poucas realizações. Isso o Sinagências não vai permitir”, afirmou o presidente.
Por último, convidou a todos a se engajarem no fortalecimento do sindicato no Estado e informou que será realizado em agosto um evento que criará a secretaria sindical do Pará. Disse ainda que conta com a participação de todos os servidores para consolidarem o espaço político da categoria no Estado.