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Vice-Presidente do Sinagências inaugura a Coluna do Filiado-Leitor

O vice-presidente do Sinagências, Wellington Batista, inaugura a Coluna do Filiado-Leitor, mais um canal criado pela Diretoria de Comunicações e que passa a integrar o clipping semanal e online. Os créditos sobre a criação desse novo canal vão para Elísio Ribeiro, ex-Secretário Geral do Sinagências e servidor aposentado da Anvisa.

A Coluna do Filiado-Leitor é sua, aberto para debates, críticas, sugestões e posicionamentos. Participe, é com sua colaboração que aumentamos a presença do Sindicato na base e aperfeiçoamos a gestão.

Confira:

 Dialogando com a base sobre o III Consag 


"Sobre os pedidos de desfiliação realizados e incentivados por filiados que foram vencidos na última eleição, democrática e transparente do Sinagências, em ataque à instituição e organização sindical, na minha opinião, muitos dos problemas dirigidos ao sindicato não são exclusivos do Sinagências, mas refletem o comportamento social da nossa atual geração.

No meu condomínio, dos 80 apartamentos, aparecem no máximo 10 nas assembleias, mesmo quando vamos deliberar algo importante, como pagamento de taxa extra, eleição do síndico, prestar contas, etc.

No meu bairro, dificilmente eu encontro alguém que realiza trabalho comunitário sem fins lucrativos, que participa das reuniões da subprefeitura, etc. Já nos EUA, mais de 70% da população realizam trabalho social e comunitário e pouco questionam o que o Estado pode fazer pelo país, mas sim o que eles podem contribuir para a nação. Eles têm um visão positiva e próspera da humanidade.

Ao contrário, aqui, além das pessoas não participarem de nada, ficam o tempo todo reclamando de tudo e daqueles que se propõem a melhorar, a ponto de deixarem os bem intencionados temerários em realizar algo positivo para não se desgastarem pessoalmente.

Com o sindicato não é diferente. Muito se falou em manipulações na participação dos delegados, mas a verdade é que foi extremamente complexo achar pessoas, tanto nos estados, como no DF, dispostas a ficarem seis dias isoladas de suas atividades habituais para participarem do Consag. Aqui em São Paulo, por exemplo, para preencher quatro vagas na Anatel teve que haver insistência, pois um tinha compromisso, outro não podia ir, etc, etc. Dificuldades essas também presentes em outros Consag. No final, formaram-se os delegados. E assim por diante. E toda essa complicação não ocorreu por causa de problemas somente com o Sindicato, mas simplesmente porque as pessoas tinham outras prioridades, como acontece nas assembleias do meu condomínio. Mesmo assim, diante dessas dificuldades, foi possível realizar um Consag participativo e democrático. E se uma agência teve mais participação do que a outra, talvez isso seja devido ao fato daquelas pessoas terem demonstrado um interesse maior na vida sindical. Isso faz parte do processo e amadurecimento da categoria, que deve ser aperfeiçoado sempre.

Nesse contexto, indo para o lado social, estamos passando por um momento em que os diversos meios de comunicação só bombardeiam as pessoas com assuntos principalmente relacionados à corrupção e denuncismos. E quando você termina de ler ou assistir algo, sem perceber, está se tornando uma pessoa REVOLTADA, PESSIMISTA E DESCRENTE DE TUDO. Passa a odiar a política e os políticos, pessoas, sendo todos os males da humanidade jogado nas costas deles.

Não que o combate à corrupção não seja importante, ou algo similar. A grande questão é SOMENTE falar nisso. Pouco se discute sobre melhorias e propostas concretas para a educação, saúde, segurança pública, melhoria na prestação de serviços regulados. A mídia não ensina as pessoas a serem empreendedoras e a ganharem dinheiro, como fazem nos EUA. Como se qualificarem. Ou seja, diversos temas são deixados de lado em detrimento de poucos.

Por exemplo, agora na Copa do Mundo só se fala em gastos e corrupção. Se fosse nos EUA, estariam publicando como ganhar dinheiro e fazer negócios com a Copa para a geração de empregos e crescimento do PIB. Estudariam a oportunidade para criarem marcas duradouras, para crescerem no turismo, etc. Ao contrário, aqui todos estão revoltados e reclamando, mas poucas estão executando, restando o Estado e a figura do Político os bonecos para desabafarmos nossas mágoas.

Sem que se perceba, esses sentimentos querem convencer a base e entrar no sindicato para atacar e desqualificar a instituição, as lideranças e seus representantes que, com luta árdua, diária, suor e tempo, estão na batalha pela diversidade e união da categoria, ao invés de esconder-se por trás de interesses pessoais ou ficar em cima do muro enxergando os dois lados.

Em sendo assim, o tema corrupção sempre existirá e o combate a ela deve existir continuamente. Mas de nada adiantará se em paralelo não ocorreram agendas positivas, projetos concretos de crescimento, produção e debates sérios de outros temas.

Por exemplo, recentemente conversei com um Deputado Federal que relatou sobre um projeto na Câmara dos Deputados tratando da criação do desenho nacional. A ideia era que 20% das produções fossem relacionadas à cultura brasileira e da paz (folclore, etc). E retirasse um pouco a violência passada pelos desenhos internacionais. Além disso, isso geraria empregos e diversas empresas surgiriam, principalmente porque o brasileiro é criativo nessa área, como por exemplo no carnaval. Também, esse projeto foi sucesso na França e em outros países, sendo impactante no emprego e no PIB. Era um consenso na Câmara a aprovação, inclusive pelo Relator, que o defendia continuamente. No entanto, na hora de dar o parecer, o Relator foi contrário, deixando todo mundo apático. No reservado, ele disse que mudou de posição porque recebeu uma ligação de uma das maiores emissoras de televisão brasileira, pressionando a não aprovação e ameaçando com matérias indesejadas sobre eles.

Vejam, o denuncismo e difamação aqui foi usado contra o país para atender algo privado da emissora. Nesse contexto, devemos refletir melhor sobre esse linchamento que fazem com os políticos, lideranças, deixando os cidadãos com medo e envergonhados de participarem desse processo. E para os grupos interessados, é bom que continue tudo assim mesmo, sendo a liberdade de expressão e o ?combate? a corrupção usados para atender a interesses privados.

Pois bem, finalizando, peço que reflitam sobre seus conceitos pessoais, mesmo nas breves explicações acima. Podem até fazerem campanha de desfiliação. Podem até promoverem o enfraquecimento da entidade. Mas acredito que o mal se destrói por si só, seja agora ou no futuro e todas as nossas ações poderão voltar contra nós mesmos, fruto de uma resposta que o próprio universo nos propicia. Lembrem-se que num futuro próximo vocês poderão estar na Direção e o que destruírem agora poderá não ser construído depois com facilidade. E com o mesmo peso que julgam, serão julgados no futuro.

No entanto, podemos, mesmo nas discordâncias, buscar o caminho da conciliação e união. E isso depende simplesmente de um querer, com paciência, persistência e perseverança.

E deixar, todos nós, por motivos diversos, o sentimento de RAIVA de lado, pois ela é um veneno que a pessoa bebe esperando que o outro morra. Estar atento, não silenciar e nem se omitir é uma forma importante de fortalecer o espaço sindical.

Precisamos continuar lutando para nos tornarmos, de direito, carreiras de Estado, com remuneração compatível com as mesmas. Mas não podemos ser ingratos a ponto de não reconhecermos as conquistas obtidas até agora. E que as vitórias já alcançadas nos sirvam de combustível para as metas a serem conquistadas.

Abraço a todos".

(*) Especialista em Regulação – Anatel