Antes de qualquer julgamento, é preciso deixar claro que os servidores das Agências Reguladoras e do DNPM são profissionais altamente qualificados, compromissados com suas atividades e com as metas das suas instituições.
Entramos nesta greve – a maior paralisação de servidores federais da história – porque queríamos condições de trabalho para fazer a diferença, atuando na defesa do interesse público e na garantia dos nossos direitos como cidadãos.
Nosso objetivo é, e sempre foi, atuar de maneira eficaz e, com atuação positiva, contribuir para a construção de um país melhor. Acreditamos que não adianta apenas realizar concursos públicos, pois é preciso garantir a necessária estrutura de trabalho para os servidores públicos.
Pleiteamos uma carreira estruturada da regulação federal e a reposição das perdas salariais em razão da inflação, já que desde 2008 o governo não abriu mesa de negociação, tampouco implementou os Grupos de Trabalho prometidos à época e que tinham por objetivo a redefinição da estrutura de algumas carreiras e também a regulamentação de gratificações previstas em Lei.
Pela peculiaridade das instituições regulatórias e responsabilidades dos servidores, fazer um acordo mal feito seria um erro, principalmente nos termos do que foi proposto pelo governo – reajuste de 15,8%, divididos em três anos.
Para as categorias que aceitaram o acordo, novas negociações só poderão ocorrer em 2016, ou seja, estão engessadas. Assim, pode parecer contraditório, mas saímos vitoriosos desta greve, mesmo não fechando acordo algum, pois em 2013 teremos ainda mais argumentos e força para pressionar o governo.
Aliás, força e unidade foram elementos que não faltaram aos reguladores federais durante a greve. E isso terá que ser mantido daqui para frente.
Infelizmente, alguns servidores não viram a nossa mobilização desta forma, chegando ao ponto de quererem desfiliar-se do Sinagências.
O servidor isolado não tem força suficiente para defender os seus interesses. Para que seja tratado com o respeito e a dignidade que merece, ele precisa, sim, de um sindicato forte, que só é construído a partir da unidade dos seus filiados e da ampliação da sua base.
O Sinagências tem a clareza que os reguladores federais entrarão em uma nova fase, pois estão em outro patamar de discussão com o governo. Mas para que nossas ações se traduzam em conquistas, é preciso mantermos a unidade e termos o entendimento das mobilizações – das que foram e das que serão realizadas.
A luta está só começando.