Sinagências participa da 17ª Plenária Nacional da CUT e reforça críticas à condução da reforma administrativa

O Sinagências participou, na manhã da sexta-feira (17), da 17ª Plenária Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), realizada em São Paulo. O evento reuniu lideranças sindicais de todo o país para debater os rumos do movimento sindical e os desafios da classe trabalhadora diante das políticas implementadas pelo governo federal.

O sindicato esteve presente em dois momentos centrais da programação: o lançamento da campanha salarial dos servidores municipais, promovido pela Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam), e a plenária das três esferas. Ambos os espaços foram marcados por críticas à condução da reforma administrativa e à ausência de diálogo com o funcionalismo público.

Durante o lançamento da campanha, a dirigente Marina Rodrigues alertou para os riscos da proposta em discussão no Congresso, afirmando que sua aprovação abriria espaço para práticas criminosas e desmonte institucional. O alerta reforçou o posicionamento do Sinagências contra medidas que fragilizam o serviço público e comprometem a entrega de políticas essenciais à sociedade.

Na plenária das três esferas, o debate concentrou-se nas ações conduzidas pelo Ministério da Gestão e Inovação (MGI), especialmente a ampliação das contratações temporárias, a imposição de normas sem participação das entidades e a execução do Programa de Gestão e Desempenho (PGD). O Sinagências destacou que essas iniciativas têm sido implementadas sem escuta qualificada das representações sindicais, o que evidencia o distanciamento do governo em relação aos servidores.

Também participaram do encontro representantes do governo,como a Ministra Esther Dewck e também o secretário de Gestão de Pessoas do MGI, José Celso. Em sua fala, o secretário defendeu o conjunto de propostas em elaboração pelo ministério — como a reestruturação de carreiras, a extinção de cargos considerados obsoletos e a criação de um novo modelo de gestão de pessoas — apresentando-as como medidas de modernização e eficiência administrativa. Ao mesmo tempo, criticou o movimento sindical por adotar, segundo ele, uma postura “reativa” e “sem propostas”, argumentando que as entidades deveriam contribuir com soluções mais estruturais, para além das pautas salariais e de benefícios.

A resposta do Sinagências veio em tom firme. O sindicato reafirmou que o funcionalismo público vem apresentando alternativas técnicas e buscando construir um debate qualificado sobre o futuro da administração pública, mas que o processo tem sido conduzido de forma verticalizada, sem escuta real por parte do governo.

Com o tema “Por soberania, democracia e direitos”, a 17ª Plenária Nacional da CUT reafirmou a necessidade de uma mobilização ampla em defesa do serviço público e da valorização das trabalhadoras e trabalhadores que sustentam as políticas de Estado.