Evento instalou a 17ª Sesin no país e reforçou o processo de reconstrução sindical nas agências reguladoras
Em um momento simbólico para a reorganização, o Sinagências promoveu na terça-feira (05), em Natal (RN), a instalação da 17ª Secretaria Estadual Sindical (Sesin-RN). O encontro reuniu servidores ativos, aposentados e membros da direção nacional do sindicato, em um ambiente marcado por escuta ativa, relatos emocionantes e avaliações políticas sobre os rumos da categoria.
Foram eleitos para a Secretaria Estadual Sindical Ramses Augusto de Lima Caldas (Anatel) como secretário sindical, Janne Rose Rodrigues Soares (Anvisa) como secretária de base sindical e delegada, Alexandre Silveira Zuanazzi (ANM) como secretário de base sindical e delegado suplente e Cláudio Sousa da Silva (ANM) como secretário de base sindical e delegado suplente.
Durante a atividade, os servidores e servidoras compartilharam desafios enfrentados nos últimos anos, especialmente o período de esvaziamento institucional e centralização excessiva do sindicato em Brasília. Ao mesmo tempo, celebraram o novo ciclo de reconstrução sindical, marcado pela retomada da presença nos territórios, pelo fortalecimento da base e por conquistas reais.
A assembleia foi aberta com falas de servidores veteranos, protagonistas da fundação e da trajetória histórica do sindicato. “O sindicato é como uma plantação. Às vezes seca, parece morrer, mas tem que ficar investindo porque refloresce”, disse Eugenio, técnico aposentado da Anvisa.
Desde outubro de 2023, quando assumiu o Sinagências, a atual gestão tem promovido uma profunda reestruturação. À época, o cenário era crítico: fluxo de caixa negativo de R$ 125 mil por mês, base desmobilizada, baixíssimo índice de filiação e credibilidade em frangalhos. Menos de dois anos depois, o sindicato dobrou o número de filiados, criou pela primeira vez um fundo de greve e reestruturou seu fundo de reserva.
Além do avanço organizacional, a visibilidade institucional também cresceu. Em 2023, foram 668 menções do Sinagências na imprensa nacional. Em 2024, esse número saltou para mais de 2.500 inserções, resultado de uma atuação combativa que recolocou o sindicato como referência nos debates sobre o serviço público e a regulação.
No campo das negociações, o sindicato também conquistou resultados concretos. Um dos marcos foi a antecipação da equiparação salarial da Agência Nacional de Mineração (ANM), encerrando uma desigualdade histórica entre os servidores daquela autarquia e os demais órgãos do ciclo regulatório.
Rede de escuta ativa e mobilização nos estados
As Secretarias Sindicais Estaduais (Sesins) são hoje uma das principais ferramentas de articulação do Sinagências. São espaços de escuta, presença e mobilização permanente, que fortalecem a conexão entre a direção nacional e a base em cada território. Já são 17 Sesins instaladas em todo o país, todas com estrutura local, secretários eleitos e capacidade de mobilização direta.
A estratégia inclui também a criação de Núcleos de Base por agência, nas sedes das Agências em Brasília e no Rio de Janeiro. “Essa é a primeira direção que está rodando o Brasil inteiro, tem que ter mediação, não podemos achar que é tudo no virtual, esse olho no olho”, afirmou o presidente do Sinagências, Fabio Rosa.
Próximas etapas: João Pessoa e Recife
A agenda Sinagências em Ação segue firme pelo Nordeste. Nesta semana, o sindicato instalará as Sesins da Paraíba e de Pernambuco, dando continuidade à meta de garantir, até o fim de setembro, a presença institucional do sindicato em todos os estados brasileiros.
O fortalecimento da organização de base é parte central da estratégia de enfrentamento ao desmonte do serviço público e de valorização das carreiras da regulação. Com presença capilarizada, o Sinagências amplia sua capacidade de resposta, protege conquistas históricas e prepara a categoria para os desafios futuros, incluindo a defesa contra a reforma administrativa, a recomposição de quadros e a consolidação das vitórias conquistadas nas mesas de negociação.