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GREVE CONTINUA, COM ADESÃO MENOR

Jornalista: Luciana Collet
 
Servidores esperam por nova reunião antes do feriado e buscam o apoio do setor industrial. Uma semana após a primeira reunião entre o comando da greve dos servidores das agências reguladoras e representantes do governo federal, ainda não houve acordo e aproximadamente 60% dos funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permanecem paralisados, bem como 55% dos trabalhadores da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), segundo o Sindicato Nacional dos Servidores em Agências Reguladoras Nacionais (Sinagências). A adesão é um pouco inferior à informada a este jornal pela mesma entidade na semana passada.
 
Segundo o membro do comando nacional da greve, Edelvino Albuquerque da Silva, com a confirmação de que estão sendo feitos descontos dos dias parados da folha de pagamento dos grevistas, alguns servidores "sucumbiram" e voltaram a trabalhar. "Já protocolamos mandado de segurança para sustar o desconto e nossa expectativa é de que até quinta a Justiça dê uma resposta", disse.
 
Apesar da redução apurada pelo Sinagências, segundo o gerente-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do estado de São Paulo (Sindamar), José Roberto Mello, não houve alteração no ritmo de fiscalizações em Santos. "A situação é idêntica à de duas semanas atrás. Continuamos obtendo a liberação das cargas apoiados em liminares e na permissão de obter a livre prática com base na tisem (Termo de Inspeção Sanitária de Embarcação) obtido em outros portos nacionais", disse.
 
Se os principais afetados não sentiram a melhoria com a menor adesão à greve, podem sentir a piora nos próximos dias. Ontem o diretor do Sinagências João Maria Medeiros de Oliveira passou o dia em São Paulo em reuniões com as áreas de fiscalização da Anvisa no Porto de Santos e nos aeroportos de Guarulhos e Viracopos. "Essa ação retalhadora do governo para tentar enfraquecer a greve nos faz buscar ser ainda mais criteriosos na liberação de entrada de produtos, embora garantindo os 30% de funcionários trabalhando exigidos por lei e a manutenção dos trabalhos ligados a produtos e serviços essenciais", afirmou Silva.
 
O comando da greve aguarda para ainda esta semana uma reunião com o Ministério do Planejamento para dar continuidade às negociações. Também agendou para hoje um encontro com representantes das indústrias química e de medicamentos para dar esclarecimento e buscar apoio à greve. Antecipando-se à reunião, entidades setoriais que congregam indústrias e importadores do setor de saúde encaminharam ontem uma carta à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff e ao ministro da Saúde, Agenor Álvares, solicitando medidas urgentes para eliminar impactos da greve.
 
O documento informa que dois meses de paralisação já resultaram no bloqueio de US$ 700 milhões em importações e US$ 100 milhões em exportações, somados apenas os números relacionados a produtos e insumos das áreas farmacêutica, de equipamentos médico-hospitalares e de diagnósticos e que a crise já acarreta suspensão de tratamentos e realização de diagnósticos.
 
Fonte: Gazeta Mercantil