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Brasília, 17 de julho de 2012 – Os dois primeiros dias de greve geral dos servidores das agências reguladoras e do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) teve uma adesão expressiva. De acordo com o presidente do Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências), João Maria Medeiros de Oliveira, cerca de 60% dos trabalhadores já paralisaram em todo o país.

A Diretoria do Sinagências tem feito assembleias informativas em todas as agências reguladoras em Brasília com o objetivo de fortalecer o movimento e tirar as dúvidas dos servidores. Na assembleia realizada na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), ontem, 16, o presidente do Sinagências afirmou que, em Brasília, 30% da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e mais de 50% da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já estão no movimento. "Foi uma surpresa agradável ver que os servidores estão dando importância para a mobilização", diz.

João Maria ainda informou que a sede da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) em Brasília também conta com uma boa adesão e vai fazer um esforço para que a greve na fronteira, em Uruguaiana, fique mais fortalecida.

As agências também paralisaram as atividades no Porto Seco de Foz do Iguaçu (PR) e Itajaí (SC). O DNPM já conta com 76% de seu quadro de pessoal paralisado em todo o país. A Anvisa, no Paraná, igualmente, aderiu à mobilização, no interior e na capital do Estado.

"Estamos emitindo certificados de vacinas de febre amarela, mas conversando e informando devidamente o usuário. Por telefone, avisamos que estamos em greve e que só emitiremos certificado a passageiros que tem a viagem marcada", afirma a secretária sindical do Sinagências no Paraná, Maria Scarabelot.

No Rio de Janeiro (RJ), em São Paulo, Goiás, Bahia, a Anatel já parou. E como parte do trabalho para ganhar ainda mais adesão para a greve, os diretores do Sinagências foram, hoje, para o RJ, com a intenção de conversar com a base de filiados da ANS, ANP, ANA, ANTT e Ancine; e, na quarta-feira, vão para São Paulo.

O Sindicato ainda tenta antecipar a reunião marcada com a equipe da Secretaria das Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), que foi confirmada hoje para 19 de julho, às 20h, próxima quinta-feira. Enquanto isso, as articulações em torno da mobilização geral continuam. Amanhã, 18, em Brasília, os trabalhadores das agências se juntam aos servidores públicos federais de outras categorias, para pressionar ainda mais o governo a apresentar uma proposta em relação às reivindicações que vem sendo negociadas, na "Marcha Brasília", a partir das 9h30, na Esplanada dos Ministérios.

No dia 19, os servidores promovem a "Marcha da Regulação", que deve reunir mais de mil servidores das agências de Brasília, conforme estimativa do Sinagências. A concentração será às 16h, em frente à Catedral, e parte para o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). "Esperamos que o governo a apresente uma proposta objetiva em relação à modernização da carreira e a equiparação salarial das agências com as carreiras exclusivas de Estado", afirma João Maria.

Para Ricardo de Holanda, diretor de Comunicação do Sinagências, a "Marcha da Regulação" ocorre para protestar contra o sucateamento das agências reguladoras e o descaso do governo quanto às mudanças que precisam ser implantadas para melhorar as condições de trabalho dos servidores. "Com as agências fortalecidas e devidamente reconhecidas pelo governo como entidades estratégicas para a economia do país, a sociedade ganha muito com isso, por meio de um serviço de qualidade", afirma.

Entre as principais reivindicações da categoria estão equiparação salarial entre as áreas de gestão e finalística, a criação de uma carreira única para a Regulação Federal, subsídio como forma de remuneração, isonomia remuneratória entre quadros de pessoal, correção das tabelas remuneratórias em comparação com outras carreiras exclusivas de Estado e compensação da perda salarial decorrente da inflação.

João Maria explica que, desde 2008, quando ficou definido que um grupo de trabalho seria formado para discutir o subsídio e a reestruturação da carreira, o governo está protelando essa discussão. “Quando, finalmente, conseguimos reabrir a mesa de negociação, nada de concreto é apresentado. Reunião sem conteúdo de negociação não é negociação pra valer. Temos que entrar em greve para ver se algo de concreto surge”, considera.

Assessoria de Imprensa – Sinagências